Mistérios dentro de enigmas em quebra-cabeças, isto é Gunnerkrigg Court
Um complexo tecnológico, aparentemente sem fim, à sua frente, um rio, e uma única ponte, levando para a floresta igualmente infinita do outro lado. É neste lugar que se passa Gunnerkrigg Court, grande obra do novato Tom Sidell, indicada para vários prêmios da comunidade de artistas da Web, e que ganhou destaque em 2006 quando Neil Gaiman, autor de Sandman, a recomendou em seu blog.
A história de Gunnerkrigg comea com a chegada de Antimony Carver à Gunnerkrigg Court, um aparente colégio interno no meio de lugar nenhum. Antimony, ou Annie, como rapidamente passa a ser chamada é um menina um tanto fechada, que passou a vida inteira em hospitais, por causa da mãe doente. Annie passa a estudar em Gunnerkrigg após a morte da mãe; graças ao isolamento social, tem dificuldades em lidar com os outros alunos, e forma amizade com Katherina Donlan, rejeitada por ser filha de dois professores. A amizade das duas se torna próxima a ponto de que o autor teve de esclarecer em um certo ponto que não, elas não estavam se beijando em um quadrinho um tanto ambíguo... Isso não impediu que ele mesmo fizesse piadas com essa interpretação da relação, poucos meses depois...
E logo as coisas mostram não ser o que parecem; Gunnerkrigg tem mais segredos que a trama de Arquivo X ou de Lost, e esses mistérios são habilmente controlados por Sidell; O traço, altamente estilisado contríbuí para a narrativa, repleta de simbolismo. Sidell bebe de fontes mitólogicas, como os contos indígenas sobre o Coiote, os vários "Psicopompos", espiritos que guiam os mortos, e a alquímia. Ao mesmo tempo, Gunnerkrigg court é cheia de simbolos tecnológicos, e vários dos mistérios de Gunnerkrigg cruzam a fronteira entre os dois.
A "escola", cujo campus parece não ter fim, é povoada não apenas pelos alunos e professores, mas por vários robôs, fantasmas, sombras, e outras criaturas estranhas; até mesmo a identidade de certos alunos é duvidosa, e a confusão só aumenta conforme mais e mais detalhes são revelados.
Além de Annie e Kat, outros personagens centrais incluem Reynardine, um espirito de raposa, capaz de possuir as pessoas, trancado dentro de um boneco de pelúcia, obrigado a servir Annie; John Eaglemore, professor de educação física, e caçador de dragões fora das aulas; Zimmy, uma estudante revoltada, com os olhos permanentemente cobertos por uma "fumaça" negra; Robô, um robô concertado por Annie no início da história, obcecado com a morte de uma mulher chamada Jeanne, pela qual não pôde fazer nada; e Smith e Parley, estudantes "extranormais", cogitados junto com Annie para mediar as relações entre a corte e a floresta do outro lado.
Se por um lado Gunnerkrigg Court tem mais mistérios que Lost e Arquivos X juntos, e não é nem um pouco fácil de entender, pelo outro, o ótimo texto de Sidell, com personagens bem construídos, e que, apesar de não esclarecer nenhum dos enigmas que cercam o cenário, prende a atenção justamente por causa desse "problema" tornam Gunnerkrigg completamente digno dos premios que recebeu. Além disso, a arte de Sidell, apesar de ruim nos primeiros capitúlos, foi visivelmente melhorando, até a altíssima qualidade que apresenta atualmente.
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