Civil War X Kingdom Come

Postado por Pedro Henrique Leal

Como muitos devem saber, a Marvel publicou a cerca de três anos um evento chamado "Guerra Civil", no qual uma tragédia causada pela irresponsabilidade dos Novos Guerreiros volta a opinião pública contra os super-heróis, levando à aprovação da Lei de Registro de Super Humanos, dividindo a comunidade super humana em dois lados. O lado pró registro, liderado pelo Homem de Ferro, com apoio do governo dos U.S.A e da S.H.I.E.L.D., e a resistência, comandada pelo Capitão América, com apoio do ex-diretor da Shield, Nick Fury.

O que menos gente sabe, é que essa mesma história já havia sido contada pela D.C., dez anos antes, na mini-série "Reino do Amanhã". Onde "heróis" mais violentos e no-nonsense levam os antigos membros da Liga da Justiça e dos Titãs a sair da ativa, após o assassinato do Coringa, pelo novato Magog, o auto proclamado "Homem do Amanhã". (notem que até aí, nós temos o que aconteceu nos quadrinhos durante a década de 90, com heróis novos e "mais durões", como X-Factor, Cable e suas armas gigantes, Azrael, e é claro, toda a Image comics). Pouco tempo depois da saída do Super Homem, enojado com a aprovação pública das ações de Magog, um grupo liderado por Magog ataca o Parasita no Colorado.

Sem pensar no problema que os poderes dele representam (copiar os poderes dos outros), o ataque é feito por uma equipe composta somente de "pesos pesados", incluindo o Capitão Atomo. Desesperado, o Parasita corta a pele do Capitão, que explode, devestando o Colorado. É aqui que a história realmente começa; Onde "Guerra Civil" começa com o Nitro explodindo Stamford, e o lider dos novos Guerreiros, Speedball é o único sobrevivente, Reino do Amanhã fez o mesmo com a destruição do Colorado pelo Parasita, e o lider da equipe responsável pela tragédia, Magog, é o único que sobrevive.

Nas duas histórias, o incidente foi transmitido ao vivo.

Após o desastre, o governo decide tomar uma medida drástica para o problema dos super humanos; Na Marvel, foi o Registro; Na DC, a medida foi mais grave, inicialmente, o governo decide esperar o que acontece, quando o Super Homem retorna do seu exílio, e decide "Reeducar" os vigilantes descontrolados, e assumir o controle da situação juntamente com os supers que se juntaram a ele, o governo escolhe pela solução final: esperar que o Gulag da Liga da Justiça se torne insustentável, e durante a supressão da rebelião inevitável dos presos, matar todos os super humanos usando bombas atômicas.


A trama do Gulag da Liga se repete em "Guerra Civil" na forma da 42, uma prisão na zona negativa criada pelo Homem de Ferro para... Reeducar os membros da resistência E os vilões que foram presos pelos Thunderbolts.

Ao final de tudo, o Capitão América se rende, depois de ver a dor que o conflito causou nas pessoas que ele jurou proteger... e O Super Homem também desiste, ao perceber, após a morte de centenas de super-heróis e vigilantes, que se ele continuar, não vai sobrar nada para defender.

A grande diferença nelas, é como se dá a resistência ao lado pró "registro"; Em guerra civil, o lado perdedor
é a resistência, que combate o registro primariamente através da força física. No climax do evento, a resistência invade a 42, e solta todos os presos; Em "Reino do Amanhã", existem três grupos de oposição ao Super Homem: O grupo do Batman, trabalhando junto com o governo, mas secretamente manipulando a situação para manter as coisas como eram, com os supers agindo "nas sombras"; O grupo do Lex Luthor, que manipula o governo para eliminar todos os supers, mas mantém um ás na manga, o seu assistente, William Batson, o antigo Capitão Marvel, vitima de repetidas lavagens cerebrais para assegurar sua lealdade a Luthor; e por último, os vigilantes presos no Gulag, que dão inicio ao climax da minissérie, ao matar dois membros da liga e iniciar a fuga da prisão, juntando todos os quatro grupos no mesmo lugar, situação perfeita para a solução final do governo.

Outra diferença é o simbolismo usado: Em Guerra Civil, a trama é primariamente política, e a prisão e posterior morte do Capitão América representa a queda dos valores americanos, em favor de uma falsa sensação de segurança, nas mãos de políticos e empresários; Reino do Amanhã usa de imagens bíblicas; a sua guerra não representa um embate político ou economico, mas sim o prenúncio do apocalipse, e a vinda do reino do amanhã. O desfecho, com o sacríficio do Capitão Marvel para garantir a sobrevivência de alguns supers, o suficiente para que o excesso deles não destrua o mundo, é o sacríficio de Cristo: O capitão morre não para salvar a vida deles, mas para redimir os pecados de toda a humanidade.

Ambas as histórias tem arte excelente, embora Reino do Amanhã seja muito superior, graças ao excelente trabalho de Alex Ross, e ambas falham no mesmo ponto: A maioria dos personagens age fora de si, o caso pior é em Guerra Civil, quando o Homem Aranha revela sua identidade em rede global para manifestar seu apoio pelo registro. Quando na edição anterior ele estava se opondo a idéia do registro, pois não queria por a sua família em risco...

Para acadêmica americana, Quadrinhos são ferramenta de Ensino.

Postado por Pedro Henrique Leal

Para a professora Carol Tilley, do departamento de ciência da informação da Universidade de Illinois, as bibliotecas e escolas não devem tratar quadrinhos como uma forma inferior de literatura.
Contrariando as críticas, de que as HQs seriam uma leitura simplória, sem a riqueza de estrutura textual e simbólico dos "livros de verdade", Tilley afirmou recentemente que a leitura de quadrinhos é tão proveitosa e complexa quanto a de literatura puramente escrita, e que a ideologia por trás das críticas é a de que os leitores de quadrinhos estariam apenas olhando as imagens, e não relacionando elas com o texto.
Tilley disse que há evidências de que a leitura de quadrinhos enriquecem o vocabulário e estimulam o gosto pela leitura. E que a crítica de que as crianças só estão olhando as imagens poderia também se aplicar a livros infantis, muito mais dependentes do visual, mas reconhecidos pelas bibliotecas e escolas como sendo educacionais.
A pesquisa de Tilley foi públicada no School Library Monthly.









E agora eu preciso quebrar a seriedade desse post...
Ao que parece, a pesquisa da professora Tilley, que merece todo os aplausos que eu posso dar, chegou o conclusão de que a academia e as bibliotecas vêm as HQs como sub literatura, imbecilisante, e francamente, chamaram as pessoas que gostam de quadrinhos de analfabetos, que só sabem ver desenhinhos. Revoltante, a parabenizo, Carol Tilley, por ter dito BASTA! para esse absurdo.

SP tem mostra de quadrinho sobre a proclamação da república

Postado por Pedro Henrique Leal

Abriu hoje a exposição História do Brasil em Quadrinhos : Proclamação da república, na estação República do Metrô de São Paulo. A mostra acompanha o lançamento do livro homonimo. Até o dia 30 de novembro, estarão na estação 20 painéis com curiosidades sobre a proclamação e sobre a produção do livro, que fala de um grupo de estudantes que precisa fazer um trabalho sobre a proclamação.