Numa mistura aparentemente insolubre do horror cósmico do autor americano Howard Philips Lovecraft, autor de clássicos do horror como "A sombra sobre Innsmouth" e "O chamado de Cthulhu" com a estética da animação japonesa e os artefatos de combate gigantescos de séries como Macross, Rahxephon e Evangelion. Cthulhutech é um dos mais estranhos RPGs dos anos recentes, e surpreendentemente, faz com que essa combinação "impossível" dê certo.
O cenário de Cthulhutech é a "Aeon War", uma guerra de 7 anos, sem previsão de terminar, contra inimigos além da compreensão humana. O ano é 2085, a "Era Estranha", e estamos em guerra contra alienígenas, entitades extradimensionais incompreensíveis, e cultos demoníacos ao redor do mundo. De maneira simples, estamos ferrados. Os avanços teconológicos da área da "Arcanotecnologia", junto com a aliança com os "Nazzadi", uma falsa espécie alienígena, criada através de engenharia genética para atacar a humanidade, permitem que a humanidade resista. E nessa bagunça toda, a maior arma da humanidade são os Engels, nem máquinas, nem seres vivos, fruto da combinação de arcanotecnologia com o DNA Humano, Nazzadi e sabe-se lá do que mais, como o próprio livro coloca, os gigantescos Engels são a última linha de defesa da terra, e uma das suas maiores ameaças. Longe dos olhos do Novo Governo Terrestre, e do público em geral, a misteriosa Sociedade Arcana e seus soldados Tagers (Baseados em Guyver e no traje simbiote do Homem-Aranha) combatem as Crias do Caos e seus seguidores monstruosos.
O livro em si é muito bem acabado, ao menos na sua terceira publicação, feita pela Catalyst Game labs. As duas primeiras, da Mongoose Publishing foram mais problemáticas. A edição atual, com 288 páginas e capa dura é completamente colorida, e assim como as anteriores, tem a excelente direção de arte de Mike Vaillancourt, que também trabalhou no recente Eclipse Phase e na quarta edição de Shadowrun. As edições da Mongoose são um tanto diferentes. A primeira impressão tinha capa mole, e era em cores, mas teve diversos problemas de produção, incluíndo páginas em branco e tinta que facilmente borrava. A segunda, já com capa dura, feita para compensar a péssima publicação inicial, infelizmente é em preto e branco, prejudicando a arte, e em algumas páginas, dificultando a legibilidade.
Quanto ao jogo propriamente dito, Cthulhutech usa o sistema Framewerk, onde as ações são resolvidas com um pilha de dados de dez faces igual ao valor da habilidade sendo usada, similar ao que se vê em Storyteller, por exemplo. Porém, ao invés de se somar o resultado de todos os dados, ou de se contar quantos dados passam de um valor "X", em Cthulhutech o resultado da ação é determinado somando ou todos os dados iguais, ou a maior sequência, ou usando o maior valor de um dado. A esse resultado é somado a base, que é o atributo natural (por exemplo, força) no qual a ação é baseada. Por causa do aspecto "Caneco" do Framewerk, jogadores menos acostumados com o sistema podem tornar o jogo lento. O primeiro suplemento de Cthulhutech, Vade Mecum, sugere um sistema alternativo, usando um baralho comum no lugar dos dados, tornando o jogo uma versão um tanto estranha de poker.
Adicionalmente, os personagens jogadores tem "pontos de drama" que podem ser usados para conseguir mais dados, ou para tirar dados das ações de outro personagem. Como todo RPG baseado em H.P. Lovecraft, Cthulhutech conta com regras para lidar com medo e com insanidade, consequencias "naturais" de lidar com o inimaginável. Diferentemente do clássico Call of Cthulhu, a insanidade não é algo efetivamente intratável, nem algo impossível de se evitar, de maneira a garantir que haja tentativas dos jogadores de serem mais heróicos, ao invés de ficarem apenas agindo como detetives.
Apesar de ser um tanto esquisito, Cthulhutech é um ótimo título para fãs de Lovecraft de mente aberta, assim como para fãs de Evangelion, Rahxephon, Macross ou Guyver, e o material adicional do "Vade Mecum" de Cthulhutech facilita criar campanhas ao estilo Homens de Preto ou Arquivo X durante a "Era Estranha". O livro básico está disponível pela Paizo por 44,99 dólares, um tanto fora dos padrões de consumo do Rpgista joinvilense, mas vale apena.
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